Crie logotipos melhores: 3 dicas para designers gráficos
- Maíra Melo
- 17 de mai. de 2023
- 5 min de leitura
Atualizado: 25 de ago. de 2024
Ao final confira três briefings fictícios para te ajudar a ter material criativo no portfólio.

Marca que criei em 2022 para minha cliente, Giovana Sperotto.
Criação de identidade visual é um dos serviços que mais são contratados no mercado de Design Gráfico. Isso porque o logotipo e a identidade que ele forma são uma das partes mais importantes da criação de um negócio - ou pelo menos da sua maturação e estabilidade como um empreendimento sério.
Todo mundo hoje em dia sabe que é necessário ter uma marca, mas não são todos que entendem que ela precisa de:
Tempo para ser criada
Estudo e fundamento mínimo
Criatividade
Por isso, muitas vezes é comum vermos marcas sendo criadas (ou pedidos de criação de marca) em 24 horas ou menos de uma semana. Isso faz com que muitos amadores e designers júnior apelem para banco de imagens (como Freepik e Canva) ou se apoiem em logotipos de fonte cursiva/caligráfica.
Se você olhar bem, existem as marcas que foram pensadas e elaboradas realmente e as marcas feitas às pressas, ou ainda, de qualquer jeito. Criar um logotipo requer mais que pegar uma casinha no Freepik e juntar com “uma fonte bonita”.
Tempo de criação
Tudo começa pelo briefing, mas antes dele você precisa fazer o cliente entender que: quanto menos tempo para estudo, menos a marca ficará profissional/ideal. Quanto mais tempo puder dedicar, maiores serão as chances de entregar um trabalho bem feito - mesmo que você não consiga ter uma aprovação imediata, o trabalho será de outro nível.
E qual seria o tempo certo?
Posso te dizer que pelo menos 15 dias para criar uma marca boa é necessário. Pelo menos. Porém é comum que dure 20 dias ou até mesmo um mês. Ou mais que isso!
Dependendo da dificuldade tem quem precise de 6 meses ou até 1 ano (mas isto acontece geralmente com grandes marcas e empresas em cima de estudo de posicionamento de marca e público-alvo).
Estudo e fundamento mínimo
Estudar a marca é preciso? Demais! Porque não é somente uma coisa que sai direto das “fontes da sua cabeça”. Você precisa estudar uma série de detalhes determinantes para a criação do logotipo (e isso deve estar no seu briefing, ok?) como por exemplo:
Marcas concorrentes na localidade
Marcas concorrentes em território nacional
Público-alvo (faixa etária, classe econômica, etc.)
Objetivo de prospecção do cliente
Além de preferências de forma, cor e fonte que o cliente venha a ter. Ou ainda exemplos que ele viu e gostou. Estes são perigosíssimos, por sinal, porque podem simplesmente não ter nada a ver com o empreendimento do seu cliente. Cabe a você decidir como vai dizer isso a ele (boa sorte!).
Parte do fundamento deve vir também de inspirações suas para a criação da marca. Recomendo fortemente que você invista tempo em pesquisar referências de formas em dois sites: Pinterest e Google Imagens.
Pinterest é reconhecido por sua variedade de itens criativos, mas é no Google Imagens que você vai verificar o que já existe e se alguma delas se parece com o que você está elaborando. E se for semelhante, o quanto isso é parecido e poderia ser problemático.
Pesquisa é vida e salva muita gente de frustrações e problemas judiciais. Leva isso a sério!
Criatividade
Criatividade é por si só um conceito que todos os designers têm tatuado na cabeça para o resto da vida kkkkkk. É uma palavra - conceito que nos perseguirá para o bem e para o mal.
A criatividade na criação de marca e identidade visual muitas vezes é confundida com criar algo 100% do zero, o que é um ledo engano. A reinvenção faz parte da criação de qualquer artefato na vida, principalmente se tratando de design.
Então ser criativo muitas vezes será fazer uma roda redonda ser quadrada com bordas arredondadas. Diferentona, mas ainda é roda.
O que pode te ajudar a ter referências de criatividade em logotipos é montar o chamado moodboard. Gosto de fazê-lo no Pinterest e a partir dele - ou com ele - ir formando a minha imagem mental de solução para o cliente.
Isso ajuda demais na hora de traduzir conceitos - ainda mais se você trava bonito quando se trata de exprimir conceitos ilustrativos da sua mente para o papel. Vira e mexe 7 em 10 designers tem essa dificuldade. 😜
Briefings para te desafiar e ajudar a evoluir
Depois dessa ajuda de conceitos aí em cima, eu quero sugerir três momentos de prática para você se ajudar a:
Ter mais um trabalho bacana no portfólio
Ter uma melhor visão de como é construir marca
Tentar encontrar um estilo de criação que te agrada (ou pensar sobre isso)
Por isso, elaborei três briefings para você fazer a criação da marca. E se depois de feitos você quiser trocar uma ideia sobre eles, pedir uma opinião minha, você pode entrar em contato via o meu LinkedIn. 😄 (mas se não quiser tá tranquilo, tá favorável)
Vamos lá? Olha aqui embaixo:
Briefing 1: Planta que faz bem
Cliente: Guilherme, dono do Planta que faz bem, tem esta pequena empresa em São Paulo (capital). Ele deseja atrair mais clientes que gostem de ter sua própria horta em casa. Ele comercializa tanto sementes quanto pés de alface, batata e demais frutas, verduras e legumes que já estejam dando fruto.
Público-alvo: A maioria dos seus clientes são mulheres entre 30 e 45 anos, mas ele não quer uma marca focada nesse público, uma vez que deseja atrair clientes homens também. Ou seja, ele não quer uma marca feminina. Seus clientes são classe média e média alta.
Itens da marca: Ele vai precisar de cartão de visita frente e verso, camiseta, bloco de notas, bolsa ecobag, adesivo quadrado/retangular e caneca.
Briefing 2: PiñaTech
Cliente: Fabíola é dona da PiñaTech, uma empresa de drinks que utiliza inteligência artificial para auxiliar na criação de sabores diversos e na manufatura desses drinks. A empresa ainda vai estrear no mercado de Curitiba.
Público-alvo: A PiñaTech é voltada para o público de classe social média alta e alta, Fabíola deseja atingir boates high society e em que este público goste de frequentar. Então ela deseja uma marca que seja fina, elegante, mas não quer nada dourado. “Criatividade é luxo”, palavras da cliente.
Itens da marca: copo de drink, camiseta, panfleto e cartão de visitas digital com qr code.
Briefing 3: Glitterinada!
Cliente: Rodolfo possui a Glitterinada há dois anos, sua marca de roupas femininas com foco no carnaval. Ele vende suas roupas o ano todo, não somente para esta celebração. Segundo ele, a Glitterinada nasceu para trazer brilho e alto-astral para suas clientes, chega de tudo ser preto no branco. As roupas da sua loja são divertidas, leves, coloridas e no carnaval muito brilhosas e irreverentes.
Público-alvo: Mulheres de 18 a 50 anos, embora ele goste de ver mulheres maduras (60+) e seguras usando blusas coloridas e cheias de brilho. Mulheres que são classe média e média alta. Seu público principal reside no Recife, mas ele tem outras clientes no território nacional.
Itens da marca: camiseta, caixas quadrada e retangular, caneca, cartão de visitas frente e verso, adesivos quadrado e retangular, carta de agradecimento (ela vai junto na caixa da roupa), bloco de notas, copo de festa.
Três briefings diferentes e desafiadores ao mesmo tempo com temas que acredito que muitos designers gostariam de poder fazer marca para esses nichos.
Espero que você possa se divertir com o processo criativo e consiga ir além do seu estilo atual.
Bom trabalho e boa sorte!
Maíra
SOBRE A AUTORA

Maíra Melo é designer gráfico desde 2012 e iniciou sua carreira como designer gráfico freelancer. Multidisciplinar, atende clientes de diversos nichos desde ESG à Yoga. Em 2024 começou a dar aulas de colagem digital e consultorias voltadas para designers gráfico e para Instagram. Virginiana, gosta de ensinar e empreender.
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